27.8.20


Leveza...

É tempo de clamar por leveza,
Mesmo em dias sem cores,
É tempo de contemplar o amanhecer,
E os seus primeiros raios solares,
E ainda, saudar o astro luminoso.

É tempo de caminhar e não correr,
Pois, o caminho é uma incógnita,
Faz-se necessário cautelar,
E dialogar com seu próprio silêncio,
Assim irá construir pontes seguras.

É tempo de refletir sua história,
E reescrever alguns capítulos,
Pois, relatos serão fixados
Nas páginas que ficaram em branco,
Ali, configurarão a leveza da vida.

Iracema Crateús











25.8.20


A VIDA ATUAL

De repente, a vida estancou,
Não foi: "stop a vida parou...?"
É o mandatário que assim o faz.
E não mais que de repente,
O sorriso ficou atrás das estampas,
Ele agora é esboçado pelo olhar.
Não importa se ele é esperança,
Ou se traz marcas de isolamento,
Ou se vagueia pelo labirinto do ontem.
Também, de repente, o abraço é virtual,
Com a frieza tecnológica do hodierno.
De repente, as mãos só acenam,
Porque o distanciamento agora salva.
E os valores são redesenhados,
E a vida humana é resignificada.

Iracema Crateús

24.8.20


Ansiedade

Anseia-se como a sede, pela água.
Combater-se-á com a água, a sede.
Mas ansiedade como desterrá-la?
Em época pandêmica, tão patente?
Ela se instala no eixo humano,
E se faz hospedeira do cerebelo,
Que fomenta os sombrios pensamentos.
Ela é ancestralmente diagnosticada,
Mas impera ascosa em tempos atuais.
Nem mesmo o eu poético entende,
Nem tão pouco frios banhos acalenta,
Mas a ardente fé estanca a ansiedade.

Iracema Crateús


22.8.20

Ansiedade
Anseia-se pelo abstratício dos desejos,
Ocorrendo uma multiansiedade na vida,
Em que as agruras são hostilizadas,
Pois se encontram tatuadas na alma.
Esse sentimento se personifica
E destabiliza o cotidiano de todos,
Promovendo episódios eufóricos
Que viabilizam nuances oníricas,
E, aos poucos se metamorfoseiam
Instalando-se na auréola
Para gestacionar utópicas probidades
Que borrifarão os andejos solidários.
Iracema Crateús






13.8.20

Só por hoje...

Só por hoje, olhe para o seu igual,
A troca de olhares, eleva a autoestima.
Só por hoje, cumprimente os passantes,
Saudações felicitam quem as recebem.
Só por hoje fale frases sacudidas,
A positividade fomenta felicidade.
Só por hoje, ore pelo planeta,
A oração cura em forma de luz.
Só por hoje, cantarole diurnamente,
A música reascende bons pensamentos.
Só por hoje, faça uma poesia,
A emoção aflora por entre os versos.
Só por hoje, ouça o seu silêncio,
É através dele que se chega à solução.
Só por hoje, contemple as estrelas,
Elas brilham sempre para todos.
Só por hoje, contemple as crianças,
Elas são as esperanças do novo tempo.
Só por hoje, leia esse poema,
Ele favorece inumeráveis reflexões.

Iracema Crateús


12.8.20

É preciso...
É preciso viver o momento,
Mesmo que, saltem frias lágrimas.
É preciso passar por íngremes veredas,
Mesmo que hajam invisíveis pedregulhos.
É preciso cantarolar diurnamente
Para reverenciar o alvorecer.
É preciso distribuir riso agridoce,
Mesmo que a máscara o esconda.
É preciso amar o inamável,
Pois, o amor é humílimo.
É preciso pincelar versos,
Insultar as metáforas,
E, banalizar as prosopopeias,
Assim, as dores serão anestesiadas.
É preciso estender saudações
Aos sonhadores e caminhantes.
É preciso emanar brilho pelo olhar
Para que, a verdade pulse na retina.
É preciso saborear o sono,
Para se inebriar com os sonhos.
É preciso viver de modo sinestésico,
Sem economizar aplausos para a vida,
Por ser preponderantemente plena.
Iracema Crateús