24.6.20

Espera
A espera desestrutura o intelecto,
Faz a ideação desaguar sem cor.
É longânima pelas suas proporções.
Mas, a espera não permite isenção.
A espera já desponta antes do existir.
Esperar- flexiona-se em tempos modais.
Portanto, a espera está em mim e em ti.
Espera-se o sol e seus radiantes raios,
Para nos muretes do coração,
Grafitar as benevolências da espera.
Espera-se uma carta alvissareira,
Espera-se uma visita especial,
Espera-se um telefonema auspicioso,
Espera-se que sonhos ecoem ditosos,
E se renovem, fazendo se reais.
Espera-se olhares desencontrados.
Espera-se acarinhadores abraços,
Espera-se noites enluaradas
Para aparar as arestas da apatia,
Pois, a espera tem causas,
Mas, sua ilação pertence ao tempo.
Iracema Crateús











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