9.6.20

Cotidiano

Ainda, não se sabe o dia dele, 
E nem se todos os dias o são. 
Aqui, está o tal cotidiano. 
Sabe que ele está vindo e indo, 
Vindo e  indo, trazendo misturas, 
Não tão pura de variados sentires:
Sentir o cheiro, mas não tê - lo, 
Sentir a lágrima e não vê - la, 
Sentir a presença do vazio e tê - lo, 
Sentir a saudade de tudo e do nada, 
Sentir esse cotidiano e não vivê-lo, 
Pois, o dia do cotidiano é cheio, 
É abarrotado dos sentires. 
E se o cotidiano pudesse cantar, 
Cantaria! Não cantaria!
Dançaria com o som da harpa, 
Ouvindo e sentindo o cotidiano. 
                   Iracema Crateús 



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