Depois de vários depois...
Iracema Crateús
Depois de honoríficas utopias,
Depois de trabalhar feliz e com fé,
Depois que sucumbir as gargalhadas,
Porque não sorrir apenas com os olhos?
Depois de caminhar pela retidão dos valores,
Depois de silenciar diante das críticas,
Depois de apalpar os sonhos,
É necessário desvendar o desconhecido?
Depois de algumas incertezas,
Depois da ausência do altruísmo,
Depois das inconscientes carências,
Porque não promover o acolhimento?
Depois de tombos invisíveis,
Depois do imaginário vazio,
Depois de múltiplos olhares,
Porque vivenciar as inquietações?
Depois de curtos passos,
Depois de palavras ao vento,
Depois de desejos fragmentados,
Porque acreditar no fatalismo?
Depois de adentrar nos labirintos,
Depois de conjecturar a própria invisibilidade,
Depois de esfacelar as hematitas interiores,
Quais emoções deverão ser alforriadas?
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