Palavrear é bem mais que dizer alguns verbetes.
É tecer frases leves, porém verdadeiras,
É fazer anáforas para provocar sons,
Uma vez que a vida e as anáforas são reais.
É trazer sonhos para dentro dos versos,
Como se alguma vez os sonhos não moram ali.
É rabiscar e fazer a partir de cada palavra muitas metáforas.
É fazer uma construção elíptica de desejos.
É um sentimento prazeroso ter as palavras como companheiras,
Fazer delas parceiras e até confidentes.
Senti-las debatendo dentro de mim.
Ora elas me agridem, ora, me acariciam.
Quantas vezes, faço- lhes carinhos, dou-lhes afagos,
Mas adormeço quando elas se multiplicam
Como onomatopéia que se entrelaçam em aliterações sinestésicas. Palavrear é catacresear com as palavras,
Numa construtiva cumplicidade de elos paradoxais.
Numa construtiva cumplicidade de elos paradoxais.
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