14.4.19

PALAVRA
Quero uma palavra simples e casta,
Que  a verdade  dela  se encante.
Quero uma palavra exuberante,
Que enalteça o sonho e os sonhadores.
Quero uma palavra esplendorosa,
Que possa ser usada com altivez  e alegria.
Quero uma palavra sensível,
Para enviar otimismo aos leitores.
Quero uma palavra ostentadora,
Que possa promover uma reflexão.
Quero uma palavra benevolente,
Que alegre a todos.
Quero uma palavra utópica,
Mas que propague um rico realismo à vida.
Quero uma palavra afortunada,
Que enriqueça a todos com uma verde saúde.
Quero uma palavra autêntica e saltitante,
Que enobreça a felicidade.
Quero uma palavra hábil,
Que humanize os textos.
Quero uma palavra viva,
Que felicite paz a todos os poemas.
Quero uma palavra colorida,
Que enfeite e alegre estes versos.
Quero uma palavra feliz e um verso ardente
Para este poema completar.                       Iracema Crateús

9.4.19

Tempo
O tempo é o senhor das soluções,
Dele se extrai o sonífero da dor,
E calenta o grito que ecoa.
Logo ele e a gratidão se convergem,
E transformam-se em detentores
Dos meios e fins das questões,
E, ainda  hostilizam as agruras,
Sem perceber que  é um fidalgo.
O tempo se torna controverso
Na medida que perambula
Pelas  vias do tempo real e o fictício.
Pois,  faz-se atuante em todo espaço
Seja no tempo atual ou no que se  foi.
Tempo tem sempre seu próprio tempo.
                     Iracema Crateús

8.4.19

Abril
Vê - se em abril os seus vários sentidos, 
Com sucessivos conceitos alargados, 
Pois, nele os sonhos se abrem, 
E deixam sons utópicos entrarem, 
Permitindo que o sol se escancare, 
E o vento suave venha e não se vá, 
O sereno e a luz  entremeiem-se
E novos arcos-íris serão fomentados,
Curvar-se-ão sobre indagações, 
E mais fé avolumar-se-á nos corações, 
E os sonhos afagar-se-ão nesse abril. 
                                 Iracema Crateús
Depois de vários depois...
                                                        Iracema Crateús

Depois de honoríficas utopias,
Depois de trabalhar feliz e com fé,
Depois que sucumbir as gargalhadas,
Porque não sorrir apenas com os olhos?

Depois de caminhar pela retidão dos valores,
Depois de silenciar diante das críticas,
Depois de apalpar os sonhos,
É necessário desvendar o desconhecido?

Depois de algumas incertezas,
Depois da ausência do altruísmo,
Depois das inconscientes carências,
Porque não promover o acolhimento?

Depois de tombos invisíveis,
Depois do imaginário vazio,
Depois de múltiplos olhares,
Porque vivenciar as inquietações?

Depois de curtos passos,
Depois de palavras ao vento,
Depois de desejos fragmentados,
Porque acreditar no fatalismo?

Depois de adentrar nos labirintos,
Depois de conjecturar a própria invisibilidade,
Depois de esfacelar as hematitas interiores,
Quais emoções deverão ser alforriadas?