23.4.09

Vento


Vento cruciante que paira
Sobre a polidez da solidão.
É o mesmo que cresce na imensidão
Dos que circulam vastamente na praia dos sonhos.

Vento norte,
Vento sul,
Vento do meio,
Vento doseio,
Vento de lá,
Vento de Cá.

Vento este, vento aquele, escuro-cinza,
De cor, sem cor, multicor, raio de soinhos,
Brilhos da pele, orvalho da manhã que me cintila.
Vento sílido, vento líquido que me rutila.

Vento vai, vem solidão.
Solidão vai, fica coração.
Vá vento, veloz e virtuoso.

Iracema

Escrever


Escrever exige uma conexão com o mundo da consciência das palavras. É preciso praticar o exílio momentâneo e penetrar no seu reduto, porque não existe o ato de escrever sem a mestra palavra. Portanto, não precisa pedir licença, pode adentrar no universo das palavras e de suas construções. Pode adotá-las, usá-las, acariciá-las. As palavras são nossas!
Escrever necessita que pratique o exercício da filtração do pensar e do escrever. O escrever tem suas necessidades básicas e como escreventes que somos, atendemos aos seus preceitos. E diante destes conceitos, acredito firmemente que o "escrever" é sublime, e será sempre coroado pelo poder das palavras.