Poema - Depois de vários depois...
Iracema Crateús (09/04/17)
Depois
de honoríficas utopias,
Depois
de trabalhar feliz e com fé,
Depois
que sucumbir as gargalhadas,
Porque
não sorrir apenas com os olhos?
Depois
de caminhar pela retidão dos valores,
Depois
de silenciar diante das críticas,
Depois
de apalpar os sonhos,
É
necessário desvendar o desconhecido?
Depois
de algumas incertezas,
Depois
da ausência do altruísmo,
Depois
das inconscientes carências,
Porque
não promover o acolhimento?
Depois
de tombos invisíveis,
Depois
do imaginário vazio,
Depois
de múltiplos olhares,
Porque
vivenciar as inquietações?
Depois
de curtos passos,
Depois
de palavras ao vento,
Depois
de desejos fragmentados,
Porque
acreditar no fatalismo?
Depois
de adentrar nos labirintos,
Depois
de conjecturar a própria invisibilidade,
Depois
de esfacelar as hematitas interiores,
Quais
emoções deverão ser alforriadas?