12.10.13

 POEMA   -   Criança


A criança  nasce e permanece  em todos,
Pela essência de alegria,
Pela verdade que se pratica,
Pelo sorriso que  se  oferta,
Pela alegria de sonhar,
Pela singeleza do olhar.
Mas, para  não perder esta criança,
Plante uma roseira todos os dias,
Semeie palavras de entusiasmo,
Inspire serenidade para respirar felicidade.
Não esqueça de brincar,
Não deixe de sorrir,
Não se permita não ser um crianção,
Não  deixe de ter a pureza de uma criança,
Não negue abrigo a uma boa fada no seu coração,
Não se permita não ser feliz.
Não seja adulto divorciado do ser criança.
Nem criança sem a objetividade do adulto.
Ser humano feliz sempre hospeda uma criança no interior.

                                                             Iracema Crateús

1.9.13







SETEMBRO

Setembro já desponta,
Inicia-se a primavera das borboletas amarelas,
O primaveril setembro dos pirilampos,
Os setembrinos vagalumes
Que o lusco-fusco dos sonhos,
Vem alegrar as flores,
Cheirar o límpido das águas,
Abstrair do sonho o dilúculo de cada ser,
Que cresce nos arrebóis da vida.
Vem beija-flores acariciarem os ramalhetes,
Procurando o aroma dos coloridos e o verdejar das maças.
Setembro viés das comemorações,
Setembro, viés dos sonhos, vem nos fazer cantarolar.
Viés de todos viés, vem setembrar a claridade do sol,
Vem setembrar a luz da lua.
Vem setembro enfeitiçar os setembrinos.
Setembro de encantos e cantos vem encantar teu poemeto.
                                    Iracema Crateús

25.8.13







SACOLA FANTÁSTICA DE LEITURA

Ei!  Sacola Fantástica, você vai de braço em braço,
De casa em casa.
Você pernoita com jovens e com famílias.
Você acalenta a curiosidade dos mais inquietos,
Imputa os diversos gêneros e histórias,
Dissipa as dificuldades simples e complexas.
Vai Sacola Fantástica, vai espargindo conhecimento nos seus idos,
Partilha os saberes para construir outros e outros saberes.
Os seus saberes são imensuráveis,
Que você leva e traz,
Para que muitos letramentos sejam construídos.
Você, Sacola Fantástica, laureie- se do louro conhecimento.
Faz-me seguidora deste letramento,
Para que fantasticamente outras leituras,
Você, Sacola Fantástica, possa sempre levar.

                                                                     Iracema Crateús










SÁBADO
O que seria a vida sem o sábado?
O que seria do sábado sem outro dia igual?
O que seria da semana sem o frescor do sábado?
Como seria a sexta feira sem a companhia benevolente do sábado?
Eis, que gênesis tresdobra o poder do dia - dissabte:
“Deus descansou, abençoou e santificou”.
E assim se refaz a semana através destas máximas;
Pois o domingo é o principiante de todas as labutas,
Mal o sol desponta, exala das mãos,
Portanto, alegre-se pelas taciturnas confraternizações
Entre todos os dias semanais:                             
Sábado desestrutura o cansaço;
Segunda quebra o fulgor do sonho;
Terça feira vem tragar a fantasia da labuta;
Quarta feira vem trazer a quinta parte da coragem;
Quinta feira traz a quíntupla alegria pela sua chegada;
Mas, a sexta feira está no sêxtuplo anseio pelo seu encontro,
E sábado?
Ele balanceia o prazer da vida, da alegria, da sua chegada, da sua infinitude.                                                                                             

                                                                                            Iracema Crateús

11.7.13






O   poder    da




De palavra em palavra faz-se um verso.
Vários versos mesmo sem versificação formam uma estrofe.
E em cada estrofe cultiva se um sonho.
A poesia se mistura com os sonhos
Que são as partituras dos poemas.
E a música poética continuará sempre entre a poesia e o poema.
Eis que o sonho se intertextualiza na poesia.
E assim surge a cumplicidade entre a poesia e o sonho
Que acalenta os desejos e as tristezas,
Inseridos nas implicitudes das palavras, dos versos e das estrofes.


IRACEMA CRATEÚS

26.5.13






PALAVRAS
                                                               Iracema Crateús
Palavras têm sabores variados,
A leitura proporciona saborear as palavras.
Ler é degustá-las lentamente para melhor compreendê-las,
É senti-las sinestesicamente e ao mesmo tempo acariciá-las.
Formar parcerias com as palavras é adentrar na sua essência.
A palavra é latifúndio,
A palavra é metalífera,
A palavra é estonteadora,
Faz-se com ela  afago ou talvez um desafogo.
A palavra vence e convence,
A palavra empobrece e enriquece,
A palavra exalta e estala.
Palavra assusta,
Mas também desfaz o susto.
Palavra fecha e abre portas.

E, portanto a palavra inicifinda.