8.4.17

Poema -  Depois de vários depois...                                                      

                                             Iracema Crateús  (09/04/17)
Depois de honoríficas utopias,
Depois de trabalhar feliz e com fé,
Depois que sucumbir as gargalhadas,
Porque não sorrir apenas com os olhos?

Depois de caminhar pela retidão dos valores,
Depois de silenciar diante das críticas,
Depois de apalpar os sonhos,
É necessário desvendar o desconhecido?

Depois de algumas incertezas,
Depois da ausência do altruísmo,
Depois das inconscientes carências,
Porque não promover o acolhimento?

Depois de tombos invisíveis,
Depois do imaginário vazio,
Depois de múltiplos olhares,
Porque vivenciar as inquietações?

Depois de curtos passos,
Depois de palavras ao vento,
Depois de desejos fragmentados,
Porque acreditar no fatalismo?

Depois de adentrar nos labirintos,
Depois de conjecturar a própria invisibilidade,
Depois de esfacelar as hematitas interiores,
Quais emoções deverão ser alforriadas?   






23.12.16





TIAGO CRATEÚS,


O aniversário é comparado ao Natal. As esperanças são renovadas, as alegrias ressurgem para cintilar o dia, os desejos são mentalizados, as amizades são manifestadas através de tantos afetos e mimos, todos brilhos se confundem com os sorrisos.
    
Segundo Fernando Pessoa,          “Não importa se a estação do ano muda...
                                                   Se o século vira, se o milênio é outro.
                                                   Se a idade aumenta...
                                                   Conserva a vontade de viver,
                                                   Não se chega a parte alguma sem ela.”

Completando as palavras de Pessoa, afirmo “a vontade de viver e de ser feliz”, energia propulsora que nos fazem serem “mais” dentro do “menos” que somos e possuímos. Feliz Aniversário!!!

Eu te amo e desejo a maior felicidade do mundo – Iracema – Dinha.

                                          23.12.2016

1.12.16



DEZEMBRO
                                                                     Iracema Crateús
Creio que dezembro seja o mês azul-verão,
Talvez pense nessa cor pelo céu-azul-sertão,
Período bastante saudosista e talvez meramente contemplativo,
Pois,  deixam-se os rastros natalinos povoarem festivos
Nas mentes infantis, juvenis e também de outros rincões.

E clamam em conjunto com os sinos a felicidade natalina, 
Mas também a alegria do menino nascente,
Ainda suplicam a paz viva, a paz celebrante, a paz contagiante.
E nesse clima cantarolam: "já nasceu o menino Deus", 
Lembre-se de que ele cresceu e assim espera atitudes humanitárias.

Como contemplar o mês doze com as doze dezembralizações:
Solidariedade, fraternidade, fidelidade, honestidade, amabilidade,
Responsabilidade, caridade, seriedade, humildade, igualdade,
Sem esquecer da lealdade e a liberdade para todos e com todos.

Dezembralizar  é voltar-se ao infinito interior sem constrangimento
E desenvolver as mais sutis contemplações sobre ações diárias,
E poder aspirar os aromas que se exalam das flores,
E ainda  expelir o doce através das palavras e dos afetos.







26.10.16






O depois
                                                         Iracema Crateús

Depois de muitos passos, nenhum destino,
Depois de  múltiplas perguntas, intempestivas respostas    
Depois de uma boa leitura, significativas concepções,
Depois de  violinos em movimentos, várias imaginações,
Depois  de ler  Assis, certeza de bons conhecimentos,
Depois de conhecer  Drummond, um imensidão versos,
Depois dos sonhos, a certeza nem sempre virá,
Depois de ofegantes olhares, uma infundada saudade.
Depois dos versos escritos, esvoaçantes estrofes são mimoseadas,
Pois, o depois é conjecturado para embelezar os elos vitais.   

30.9.16

Havia um lápis no meio do caminho
                                                              Iracema Crateús

No meio do caminho, tinha um lápis,
No meio da sala, tinha um lápis,
Mas, o lápis quer escrever uma palavra.
Tem um lápis no meio da vida,
No meio da vida, têm findáveis pensamentos,
No meio de um léxico, tem a pululância emotiva.

No meio do caminho, há vidas e poemas,
No meio do caminho, há passos e passantes,
No meio do caminho, há sons  e sonetos,
Mas, não havendo caminho, não haverá caminhante,
No meio do caminho, tem a ilação e o porvir.

No meio do caminho, tem esperança,
Tem no meio do caminho a petulância de um lápis,
Escreve que escreve e como escreve o não escrevível.
No meio do caminho, têm vários lápis e poucos escritos.
Tem no meio do caminho um lápis inebriando palavras.

No meio do caminho, têm palavras atônitas,
No meio do poema, têm léxicos ofegantes.
No meio da poesia, têm sentidos aliciantes,
Tudo isto tem no meio do poema e da vida.
No meio do poema tem um extremável lápis
Que grafa com lisura os trejeitos dessa comoção.