1.9.13







SETEMBRO

Setembro já desponta,
Inicia-se a primavera das borboletas amarelas,
O primaveril setembro dos pirilampos,
Os setembrinos vagalumes
Que o lusco-fusco dos sonhos,
Vem alegrar as flores,
Cheirar o límpido das águas,
Abstrair do sonho o dilúculo de cada ser,
Que cresce nos arrebóis da vida.
Vem beija-flores acariciarem os ramalhetes,
Procurando o aroma dos coloridos e o verdejar das maças.
Setembro viés das comemorações,
Setembro, viés dos sonhos, vem nos fazer cantarolar.
Viés de todos viés, vem setembrar a claridade do sol,
Vem setembrar a luz da lua.
Vem setembro enfeitiçar os setembrinos.
Setembro de encantos e cantos vem encantar teu poemeto.
                                    Iracema Crateús

25.8.13







SACOLA FANTÁSTICA DE LEITURA

Ei!  Sacola Fantástica, você vai de braço em braço,
De casa em casa.
Você pernoita com jovens e com famílias.
Você acalenta a curiosidade dos mais inquietos,
Imputa os diversos gêneros e histórias,
Dissipa as dificuldades simples e complexas.
Vai Sacola Fantástica, vai espargindo conhecimento nos seus idos,
Partilha os saberes para construir outros e outros saberes.
Os seus saberes são imensuráveis,
Que você leva e traz,
Para que muitos letramentos sejam construídos.
Você, Sacola Fantástica, laureie- se do louro conhecimento.
Faz-me seguidora deste letramento,
Para que fantasticamente outras leituras,
Você, Sacola Fantástica, possa sempre levar.

                                                                     Iracema Crateús










SÁBADO
O que seria a vida sem o sábado?
O que seria do sábado sem outro dia igual?
O que seria da semana sem o frescor do sábado?
Como seria a sexta feira sem a companhia benevolente do sábado?
Eis, que gênesis tresdobra o poder do dia - dissabte:
“Deus descansou, abençoou e santificou”.
E assim se refaz a semana através destas máximas;
Pois o domingo é o principiante de todas as labutas,
Mal o sol desponta, exala das mãos,
Portanto, alegre-se pelas taciturnas confraternizações
Entre todos os dias semanais:                             
Sábado desestrutura o cansaço;
Segunda quebra o fulgor do sonho;
Terça feira vem tragar a fantasia da labuta;
Quarta feira vem trazer a quinta parte da coragem;
Quinta feira traz a quíntupla alegria pela sua chegada;
Mas, a sexta feira está no sêxtuplo anseio pelo seu encontro,
E sábado?
Ele balanceia o prazer da vida, da alegria, da sua chegada, da sua infinitude.                                                                                             

                                                                                            Iracema Crateús

11.7.13






O   poder    da




De palavra em palavra faz-se um verso.
Vários versos mesmo sem versificação formam uma estrofe.
E em cada estrofe cultiva se um sonho.
A poesia se mistura com os sonhos
Que são as partituras dos poemas.
E a música poética continuará sempre entre a poesia e o poema.
Eis que o sonho se intertextualiza na poesia.
E assim surge a cumplicidade entre a poesia e o sonho
Que acalenta os desejos e as tristezas,
Inseridos nas implicitudes das palavras, dos versos e das estrofes.


IRACEMA CRATEÚS

26.5.13






PALAVRAS
                                                               Iracema Crateús
Palavras têm sabores variados,
A leitura proporciona saborear as palavras.
Ler é degustá-las lentamente para melhor compreendê-las,
É senti-las sinestesicamente e ao mesmo tempo acariciá-las.
Formar parcerias com as palavras é adentrar na sua essência.
A palavra é latifúndio,
A palavra é metalífera,
A palavra é estonteadora,
Faz-se com ela  afago ou talvez um desafogo.
A palavra vence e convence,
A palavra empobrece e enriquece,
A palavra exalta e estala.
Palavra assusta,
Mas também desfaz o susto.
Palavra fecha e abre portas.

E, portanto a palavra inicifinda.

12.5.13


                                           Mãe,                                                    

                  Sinônimo de sabedoria,
                                       de afetividade,
                                       de maternidade,
                                       de desprendimento,
                                       de sensibilidade,
                                       de humildade,
                                       de compreensão,
                                       de doutrinamento,
       
Mas, não pode ser antônimo de grandeza,
                                                           de suavidade,
                                                            de alegria,
                                                            de certeza,
                                                            de felicidade,
                                                            de dignidade,
                                                            de bondade,
                                                             de amizade,
                                                             de coragem,
                                          nem tampouco do amor.
                   E diante das convenções socioculturais  o ser mãe
                       É o didatismo milenar entre todas as atividades.
                           É a fundamentação teórica do amar mais.
                               É  o  amor perfeito que se corporifica.
                                  É a abnegação da parte pelo todo.
                                      E, de um ser por todos os seres.
                                             E de  um sonho
                                              Pela a realização
                                                    Do outro.
                                                                                                                                                   Iracema   Crateús
                                                                                                                               

16.3.13




Ler....

é certeza de conhecimento garantido,
é o progresso no presente e também no futuro,
é a conquista prosperamente ativa,
é a viagem estrategicamente completa,
é o crivo certo das riquezas culturais,
é o entendimento certo de uma leitura certa,
é o aprendizado que se constrói com o mundo icônico.
Iracema Crateús

24.1.13



Aniversário


É a poesia da vida,
É brincar com a imaginação,
Com os sonhos, com a realidade,
Como se brinca com as bonecas,
Dando lhes vidas próprias.

Só que,
As bonecas não choram com o cinza escuro de suas vestes,
Nem com o pão de concreto.
Elas fazem de conta que vivem.
E vivem.

O aniversário é real,
A vida é real,
As bonecas são reais,
A imaginação é real,
Os desejos são reais,
Sabem por quê?
Porque tudo é real.

Aniversário é momento em que se soma.
Somam-se alegrias,
Somam se metas,
Somam-se trajetórias,
Somam-se as felicitações,
Somam-se as amizades.
Amizades que se somam aos anos e, as verdadeiras amizades.
                                                             Iracema Crateús





2.1.13






ESPERANÇA

É uma menina, pequena, grande e moça,
Porque sempre renasce,
Porque tem olhos verdes,
Porque tem asas verdes,
Porque é toda verde.
A esperança se materializa.
As pessoas mais felizes têm esperanças.
As esperanças não têm tristezas.
Nenhuma delas: nem a minha e, nem a que voa.
As esperanças têm alegrias e todas são verdes.
Verde como a própria ESPERANÇA.

Iracema Crateús








Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse sempre a novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias Clarice Lispector



O sonho

Sonhe com aquilo que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
 

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passaram por suas vidas.

O TEMPO


A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. 
Quando se vê, já são seis horas!
 
Quando de vê, já é sexta-feira!
 
Quando se vê, já é natal...
 
Quando se vê, já terminou o ano...
 
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
 
Quando se vê passaram 50 anos!
 
Agora é tarde demais para ser reprovado...
 
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
 
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
 
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
 
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
 
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
 
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

Mario Quintana

23.11.12

Presente

O presente é o real.
O presente é  o atual.
O presente é  a verdade.
O presente é sonhar de forma clara.

Os sonhos não são reais, mas  buscam o equilíbrio.
Os  sonhos alçam voos em conjunto com presente.
Os sonhos carecem de caminhos subterrâneos
Para  explicar os  mais vagos sentimentos. 

Sonhar é  buscar  a destreza do presente, 
É fazer o tempo fechar,
É fazer o sorriso desabrochar,
É fazer o sol aparecer,
É  produzir  imagens enigmáticas,
Mas  mesmo assim não  estagna  o tempo.

                    Iracema Crateús



11.3.12

Não existe alguém
que nunca teve um professor na vida,
assim como não há ninguém
que nunca tenha tido um aluno.

Se existem analfbetos,
provavelmente não é por vontade dos professores.
Se existem letrados,
é porque um dia tiveram seus professores.
Se existe Prêmio Nobel,
é porque alunos superaram seus professores.
Se existem grandes sábios,
é porque transcendem suas funções de professores.

Quanto mais se aprende, mais se quer ensinar.
Quanto mais se ensina, mais se quer aprender.
                                                     Içami Tiba

3.3.12

LEIA CLARICE LISPECTOR:  


Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras. 
Sou irritável e firo facilmente. Também sou muito calmo e perdôo logo. 
Não esqueço nunca. 
Mas há poucas coisas de que eu me lembre. 

Clarice Lispector

17.12.11

Sonhos

Sonhos, constantes, alarmantes e importantes.
Fazem os dias serem efêmeros,
Transformam as noites em dias ensolarados,
Desafiam as pasmaceiras dos inocentes,
Mudam a rotação dos trópicos,
Mas acionam os ávidos olhares
Que permeiam as trilhas do dia a dia.
Estes e aqueles sonhos
Vagueiram dali para lá.
Aonde está localizado o lá dos meus sonhos?
E o aqui dos sonhos dos outros?
Transfiguram -se em piruetas e cambalhotas,
Porém disfarçados de duendes da felicidades.
Iracema

27.1.11

A efemeridade dos passos

Passa os passos de aprendizes a caminhantes;
Passa os passos dos caminhantes aventureiros;
Passa os passos de aprendizes a forasteiros;
Passa os passos de quaisquer passantes e caminhantes.

Como aprimorar as conquistas sem os passos?
Como vencer as barreiras sem dar os primeiros passos?
Como escalar os precipícios sem aumentar  os passos?
Como sair  do atoleiro sem cautelar os passos?
Como chegar sem iniciar os passos?

É como viver e não ter sonhos!
É como beber água sem ter sede!
É como ter olhos e não poder abri-los!
É não entoar a canção de ninar  pela  falta de voz!
É não contar as estrelas, porque falta a visão!

Os passos são cíclicos.
Moldam-se compulsivamente;
Alteram-se automaticamente;
Aumentam-se extensivamente;
Alargam-se alternadamente;
Buscando a cada passo a  pura  felicidade!

As passadas são como as esperanças!
Elas esverdeiam os nossos passos;
Elas voam e não pulam como as outras Esperanças;
Talvez quiséssemos voar  e não caminhar.
A passada constante desmaterializa a busca.
A busca e as passadas se unificam momentaneamente.

Porque para buscar o Sol
É preciso que as nuvens passem.
Para buscar a alegria
É preciso que a tristeza passe.
Para  ativar os  sonhos
É preciso não deixar o sono passar.  
Para ser feliz
É preciso  destruir as aflições. 
Para  passar o tempo
É apressar os pontos dos passos.

4.12.10

        As minhas palavras


Palavrear é bem mais que dizer  alguns  verbetes.
É tecer frases leves, porém verdadeiras,
É fazer anáforas para provocar sons,
Uma vez que a vida e as anáforas são reais.
É trazer sonhos para dentro dos versos,
Como se alguma vez os sonhos não moram ali.
É rabiscar e fazer a partir de cada palavra muitas metáforas.
É fazer uma construção elíptica de desejos.
É um sentimento prazeroso ter as palavras como companheiras,
Fazer delas parceiras e até confidentes.
Senti-las debatendo  dentro de mim.
Ora elas me agridem, ora, me acariciam.
Quantas vezes, faço- lhes carinhos,  dou-lhes afagos, 
Mas adormeço quando elas se multiplicam 
Como  onomatopéia que se  entrelaçam em aliterações sinestésicas.  Palavrear  é  catacresear  com as palavras,
Numa construtiva cumplicidade de elos paradoxais.