2.1.13


O TEMPO


A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. 
Quando se vê, já são seis horas!
 
Quando de vê, já é sexta-feira!
 
Quando se vê, já é natal...
 
Quando se vê, já terminou o ano...
 
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
 
Quando se vê passaram 50 anos!
 
Agora é tarde demais para ser reprovado...
 
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
 
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
 
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
 
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
 
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
 
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

Mario Quintana

23.11.12

Presente

O presente é o real.
O presente é  o atual.
O presente é  a verdade.
O presente é sonhar de forma clara.

Os sonhos não são reais, mas  buscam o equilíbrio.
Os  sonhos alçam voos em conjunto com presente.
Os sonhos carecem de caminhos subterrâneos
Para  explicar os  mais vagos sentimentos. 

Sonhar é  buscar  a destreza do presente, 
É fazer o tempo fechar,
É fazer o sorriso desabrochar,
É fazer o sol aparecer,
É  produzir  imagens enigmáticas,
Mas  mesmo assim não  estagna  o tempo.

                    Iracema Crateús



11.3.12

Não existe alguém
que nunca teve um professor na vida,
assim como não há ninguém
que nunca tenha tido um aluno.

Se existem analfbetos,
provavelmente não é por vontade dos professores.
Se existem letrados,
é porque um dia tiveram seus professores.
Se existe Prêmio Nobel,
é porque alunos superaram seus professores.
Se existem grandes sábios,
é porque transcendem suas funções de professores.

Quanto mais se aprende, mais se quer ensinar.
Quanto mais se ensina, mais se quer aprender.
                                                     Içami Tiba

3.3.12

LEIA CLARICE LISPECTOR:  


Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras. 
Sou irritável e firo facilmente. Também sou muito calmo e perdôo logo. 
Não esqueço nunca. 
Mas há poucas coisas de que eu me lembre. 

Clarice Lispector

17.12.11

Sonhos

Sonhos, constantes, alarmantes e importantes.
Fazem os dias serem efêmeros,
Transformam as noites em dias ensolarados,
Desafiam as pasmaceiras dos inocentes,
Mudam a rotação dos trópicos,
Mas acionam os ávidos olhares
Que permeiam as trilhas do dia a dia.
Estes e aqueles sonhos
Vagueiram dali para lá.
Aonde está localizado o lá dos meus sonhos?
E o aqui dos sonhos dos outros?
Transfiguram -se em piruetas e cambalhotas,
Porém disfarçados de duendes da felicidades.
Iracema

27.1.11

A efemeridade dos passos

Passa os passos de aprendizes a caminhantes;
Passa os passos dos caminhantes aventureiros;
Passa os passos de aprendizes a forasteiros;
Passa os passos de quaisquer passantes e caminhantes.

Como aprimorar as conquistas sem os passos?
Como vencer as barreiras sem dar os primeiros passos?
Como escalar os precipícios sem aumentar  os passos?
Como sair  do atoleiro sem cautelar os passos?
Como chegar sem iniciar os passos?

É como viver e não ter sonhos!
É como beber água sem ter sede!
É como ter olhos e não poder abri-los!
É não entoar a canção de ninar  pela  falta de voz!
É não contar as estrelas, porque falta a visão!

Os passos são cíclicos.
Moldam-se compulsivamente;
Alteram-se automaticamente;
Aumentam-se extensivamente;
Alargam-se alternadamente;
Buscando a cada passo a  pura  felicidade!

As passadas são como as esperanças!
Elas esverdeiam os nossos passos;
Elas voam e não pulam como as outras Esperanças;
Talvez quiséssemos voar  e não caminhar.
A passada constante desmaterializa a busca.
A busca e as passadas se unificam momentaneamente.

Porque para buscar o Sol
É preciso que as nuvens passem.
Para buscar a alegria
É preciso que a tristeza passe.
Para  ativar os  sonhos
É preciso não deixar o sono passar.  
Para ser feliz
É preciso  destruir as aflições. 
Para  passar o tempo
É apressar os pontos dos passos.

4.12.10

        As minhas palavras


Palavrear é bem mais que dizer  alguns  verbetes.
É tecer frases leves, porém verdadeiras,
É fazer anáforas para provocar sons,
Uma vez que a vida e as anáforas são reais.
É trazer sonhos para dentro dos versos,
Como se alguma vez os sonhos não moram ali.
É rabiscar e fazer a partir de cada palavra muitas metáforas.
É fazer uma construção elíptica de desejos.
É um sentimento prazeroso ter as palavras como companheiras,
Fazer delas parceiras e até confidentes.
Senti-las debatendo  dentro de mim.
Ora elas me agridem, ora, me acariciam.
Quantas vezes, faço- lhes carinhos,  dou-lhes afagos, 
Mas adormeço quando elas se multiplicam 
Como  onomatopéia que se  entrelaçam em aliterações sinestésicas.  Palavrear  é  catacresear  com as palavras,
Numa construtiva cumplicidade de elos paradoxais.