17.12.11

Sonhos

Sonhos, constantes, alarmantes e importantes.
Fazem os dias serem efêmeros,
Transformam as noites em dias ensolarados,
Desafiam as pasmaceiras dos inocentes,
Mudam a rotação dos trópicos,
Mas acionam os ávidos olhares
Que permeiam as trilhas do dia a dia.
Estes e aqueles sonhos
Vagueiram dali para lá.
Aonde está localizado o lá dos meus sonhos?
E o aqui dos sonhos dos outros?
Transfiguram -se em piruetas e cambalhotas,
Porém disfarçados de duendes da felicidades.
Iracema

27.1.11

A efemeridade dos passos

Passa os passos de aprendizes a caminhantes;
Passa os passos dos caminhantes aventureiros;
Passa os passos de aprendizes a forasteiros;
Passa os passos de quaisquer passantes e caminhantes.

Como aprimorar as conquistas sem os passos?
Como vencer as barreiras sem dar os primeiros passos?
Como escalar os precipícios sem aumentar  os passos?
Como sair  do atoleiro sem cautelar os passos?
Como chegar sem iniciar os passos?

É como viver e não ter sonhos!
É como beber água sem ter sede!
É como ter olhos e não poder abri-los!
É não entoar a canção de ninar  pela  falta de voz!
É não contar as estrelas, porque falta a visão!

Os passos são cíclicos.
Moldam-se compulsivamente;
Alteram-se automaticamente;
Aumentam-se extensivamente;
Alargam-se alternadamente;
Buscando a cada passo a  pura  felicidade!

As passadas são como as esperanças!
Elas esverdeiam os nossos passos;
Elas voam e não pulam como as outras Esperanças;
Talvez quiséssemos voar  e não caminhar.
A passada constante desmaterializa a busca.
A busca e as passadas se unificam momentaneamente.

Porque para buscar o Sol
É preciso que as nuvens passem.
Para buscar a alegria
É preciso que a tristeza passe.
Para  ativar os  sonhos
É preciso não deixar o sono passar.  
Para ser feliz
É preciso  destruir as aflições. 
Para  passar o tempo
É apressar os pontos dos passos.

4.12.10

        As minhas palavras


Palavrear é bem mais que dizer  alguns  verbetes.
É tecer frases leves, porém verdadeiras,
É fazer anáforas para provocar sons,
Uma vez que a vida e as anáforas são reais.
É trazer sonhos para dentro dos versos,
Como se alguma vez os sonhos não moram ali.
É rabiscar e fazer a partir de cada palavra muitas metáforas.
É fazer uma construção elíptica de desejos.
É um sentimento prazeroso ter as palavras como companheiras,
Fazer delas parceiras e até confidentes.
Senti-las debatendo  dentro de mim.
Ora elas me agridem, ora, me acariciam.
Quantas vezes, faço- lhes carinhos,  dou-lhes afagos, 
Mas adormeço quando elas se multiplicam 
Como  onomatopéia que se  entrelaçam em aliterações sinestésicas.  Palavrear  é  catacresear  com as palavras,
Numa construtiva cumplicidade de elos paradoxais.  

13.9.10

Escrever


Escrevo porque me completo,
Escrevo porque sinto as palavras,
Escrevo porque conheço as palavras,
Escrevo porque admiro as palavras,
Escrevo porque as palavras são poéticas
Escrevo pela palavra e pela poesia.
            (Iracema Crateús)

18.7.10

" Dançar com as palavras é a dança mais vã - no entanto dançamos mal rompe a manhã."

9.3.10


A mulher

Sabe ser feminina sem sina de ser eterna mina,
Sabe ser menina mesmo em idade crescente,
Sabe ser grande em sonhos estridentes,
Sabe ser fervorosa em atitudes latentes,
Sabe acalentar as lamurias dos ascendentes,
Saber sorrir meios aos temíveis transigentes
E desmitidos descendentes dos diversos parentes.

Ser mulher é estar sempre a frente,
É viver fora do presente,
É agarrar as vertentes do ar primaveril,
É ser magistrada e devotada no mesmo instante,
É ter o futuro dominado pelo momento presente.
É procriar sonhos e fazê-los reluzentes.
Ser mulher é tentar cada vez mais revitalizar
Seus dias, sua vida, seu mundo e seus sonhos.

5.12.09



Escrever


Escrever é fabricar expressões,
É materializar significados,
É serenizar os versos e os seus sentidos,
É fazer dos compêndios nossos mestres.
Logo escrever é maternizar os textos, e chamá-los de filhos.

Escrever é não tão somente grafitar letras,
É, com certeza, semear alfabeto,
É, antes de tudo laurear palavras.
Portanto, escrever corporifica a poesia.


Escrever magistra o simples e noblita o arcaico,
Escrever celebra arte que é a palavra ,
Escrever assanha os artesões da poesia,
Convenientemente, escrever incensa os sonhos.

Escrever é fazer de um risco uma linha reta,
É lubrificar com almíscar verbete por verbete,
É ladrilhar o texto com metáforas alegóricas,
Sem dúvida, escrever é habitar no castelo das prosopopéias.
E se deslumbrar com sinestésicas palavras.

Acima de tudo, escrever é comungar a objetividade e subjetividade.
É somar a denotação e a conotação,
Porque escrever é matizar as figuras da linguagem,
E expressar verdadeiramente as inverdades,
E ouvir as gargalhadas dos estribilhos,
E festejar a construção destes versos.

Iracema Crateús




26.11.09


Projeto Pintando com quatro mãos foi apresentado na I Mostra de Experiências bem sucedidas do Estado de Pernambuco.

O Projeto – Pintando com quatro mãos transformará o aluno em leitor potencial de textos visuais e telas, bem como de esculturas dos diversos participantes da nossa Cultura e Literatura brasileira.

Preparar o aluno para ingressar na Universidade requer mais que passar conhecimento, por que necessita expandir as diversas formas de leituras: a leitura implícita, explícita, verbal e não verbal; portanto é preciso concluir que a expansão dos conhecimentos da literatura verbal se faz também com a leitura visual, que através pintura expressa com as formas, com as cores e com as diversidades de estilos artísticos que compõem o panorama literário e, seguramente este procedimento transformará o aluno em interprete de todos os tipos de textos.

O ensino-aprendizagem acontece quando os estímulos são ativados, portanto a releitura contribui para este sucesso.

Projeto realizado pela Profa. Iracema Crateús com terceira série do ensino médio nos
meses de março a maio de 2009, na Escola Estadual Otacílio Nunes de Souza em Petrolina.PE.

Aniversário?





Cadê a biografia do sonho?
A efemeridade dos momentos?
O deslumbre das insignificâncias?
A riqueza das imagens?

Cadê a essência da felicidade?
A certeza do viver?
A coragem da busca?
A volúpia dos amores?

Cadê o encantamento do sorriso?
O entusiasmo dos pensamentos?
A dança das ansiedades?
A fantasia do olhar?

Cadê a astúcia das paixões?
O enterro das tristezas?
O sucumbir das negativas?
O silêncio das lágrimas?

Cadê o esvoaçar do dia vinte e seis de novembro?
O semear da boa vontade?
A viagem da poesia?
A largura da pureza?

Cadê o olho da alegria?
A integridade da amizade?
A grandeza da sinceridade?
A estupidez da impressão?

Cadê a leveza das palavras?
A materialização da esperança?
A construção da fé?
A quietude do soluço?
Cadê o dia de hoje?

Cadê o caminho?
Cadê a saída?
Cadê a chegada?
Cadê você?

Você?
Procure você?
Cadê você?
Você está em você!


Iracema Crateús

1.11.09


Os sonhos são tão verdadeiros, tão enfáticos,
Os sonhos vagueiam vagamente em vértice,
Os sonhos nunca estão em estado de vacância,
Ocupam os espaços, repetem e realçam a sua maestria,
E pelas suaves vias do sono trafegam cada vez mais.
Os sonhos são sons que adquirem vida nos leves e claros sonos.
Os sonhos correm, correm serenamente.
Galopam por estrada longa e mesclada de alegrias.
Somente os sonhos fazem sons para o sonhador.
Os sonhos não deixam sonhadores sem sonhos.
O sonho é a poesia do sono.

13.9.09


Aprender

O querer aprender faz o dia-a-dia mais estimulante,
Faz através do sonho sua concretização,
Faz a vontade ser sua intérprete,
Faz o olhar brilhar com interação,
Faz o sol interagir com a esperança,
E intensificar sua consagração.

Faz o crescimento ser uma constante,
Faz a pressa do viver transitar levemente,
Faz os acordes vibrantes da felicidade se solidificarem,
Faz o colorido do arco-íris trautear amiúde por entre nós,
Faz a escaldante fé sentir Deus a cada instante,
E assim aprendizagem torna-se aureolada.

Iracema Crateús