9.3.10


A mulher

Sabe ser feminina sem sina de ser eterna mina,
Sabe ser menina mesmo em idade crescente,
Sabe ser grande em sonhos estridentes,
Sabe ser fervorosa em atitudes latentes,
Sabe acalentar as lamurias dos ascendentes,
Saber sorrir meios aos temíveis transigentes
E desmitidos descendentes dos diversos parentes.

Ser mulher é estar sempre a frente,
É viver fora do presente,
É agarrar as vertentes do ar primaveril,
É ser magistrada e devotada no mesmo instante,
É ter o futuro dominado pelo momento presente.
É procriar sonhos e fazê-los reluzentes.
Ser mulher é tentar cada vez mais revitalizar
Seus dias, sua vida, seu mundo e seus sonhos.

5.12.09



Escrever


Escrever é fabricar expressões,
É materializar significados,
É serenizar os versos e os seus sentidos,
É fazer dos compêndios nossos mestres.
Logo escrever é maternizar os textos, e chamá-los de filhos.

Escrever é não tão somente grafitar letras,
É, com certeza, semear alfabeto,
É, antes de tudo laurear palavras.
Portanto, escrever corporifica a poesia.


Escrever magistra o simples e noblita o arcaico,
Escrever celebra arte que é a palavra ,
Escrever assanha os artesões da poesia,
Convenientemente, escrever incensa os sonhos.

Escrever é fazer de um risco uma linha reta,
É lubrificar com almíscar verbete por verbete,
É ladrilhar o texto com metáforas alegóricas,
Sem dúvida, escrever é habitar no castelo das prosopopéias.
E se deslumbrar com sinestésicas palavras.

Acima de tudo, escrever é comungar a objetividade e subjetividade.
É somar a denotação e a conotação,
Porque escrever é matizar as figuras da linguagem,
E expressar verdadeiramente as inverdades,
E ouvir as gargalhadas dos estribilhos,
E festejar a construção destes versos.

Iracema Crateús




26.11.09


Projeto Pintando com quatro mãos foi apresentado na I Mostra de Experiências bem sucedidas do Estado de Pernambuco.

O Projeto – Pintando com quatro mãos transformará o aluno em leitor potencial de textos visuais e telas, bem como de esculturas dos diversos participantes da nossa Cultura e Literatura brasileira.

Preparar o aluno para ingressar na Universidade requer mais que passar conhecimento, por que necessita expandir as diversas formas de leituras: a leitura implícita, explícita, verbal e não verbal; portanto é preciso concluir que a expansão dos conhecimentos da literatura verbal se faz também com a leitura visual, que através pintura expressa com as formas, com as cores e com as diversidades de estilos artísticos que compõem o panorama literário e, seguramente este procedimento transformará o aluno em interprete de todos os tipos de textos.

O ensino-aprendizagem acontece quando os estímulos são ativados, portanto a releitura contribui para este sucesso.

Projeto realizado pela Profa. Iracema Crateús com terceira série do ensino médio nos
meses de março a maio de 2009, na Escola Estadual Otacílio Nunes de Souza em Petrolina.PE.

Aniversário?





Cadê a biografia do sonho?
A efemeridade dos momentos?
O deslumbre das insignificâncias?
A riqueza das imagens?

Cadê a essência da felicidade?
A certeza do viver?
A coragem da busca?
A volúpia dos amores?

Cadê o encantamento do sorriso?
O entusiasmo dos pensamentos?
A dança das ansiedades?
A fantasia do olhar?

Cadê a astúcia das paixões?
O enterro das tristezas?
O sucumbir das negativas?
O silêncio das lágrimas?

Cadê o esvoaçar do dia vinte e seis de novembro?
O semear da boa vontade?
A viagem da poesia?
A largura da pureza?

Cadê o olho da alegria?
A integridade da amizade?
A grandeza da sinceridade?
A estupidez da impressão?

Cadê a leveza das palavras?
A materialização da esperança?
A construção da fé?
A quietude do soluço?
Cadê o dia de hoje?

Cadê o caminho?
Cadê a saída?
Cadê a chegada?
Cadê você?

Você?
Procure você?
Cadê você?
Você está em você!


Iracema Crateús

1.11.09


Os sonhos são tão verdadeiros, tão enfáticos,
Os sonhos vagueiam vagamente em vértice,
Os sonhos nunca estão em estado de vacância,
Ocupam os espaços, repetem e realçam a sua maestria,
E pelas suaves vias do sono trafegam cada vez mais.
Os sonhos são sons que adquirem vida nos leves e claros sonos.
Os sonhos correm, correm serenamente.
Galopam por estrada longa e mesclada de alegrias.
Somente os sonhos fazem sons para o sonhador.
Os sonhos não deixam sonhadores sem sonhos.
O sonho é a poesia do sono.

13.9.09


Aprender

O querer aprender faz o dia-a-dia mais estimulante,
Faz através do sonho sua concretização,
Faz a vontade ser sua intérprete,
Faz o olhar brilhar com interação,
Faz o sol interagir com a esperança,
E intensificar sua consagração.

Faz o crescimento ser uma constante,
Faz a pressa do viver transitar levemente,
Faz os acordes vibrantes da felicidade se solidificarem,
Faz o colorido do arco-íris trautear amiúde por entre nós,
Faz a escaldante fé sentir Deus a cada instante,
E assim aprendizagem torna-se aureolada.

Iracema Crateús

23.5.09

Musicais
Nos compassos existenciais das músicas,
Sonhos e pensamentos lúbricos volatizam.
Estes sons arrastam vidas de forma mística.
Crescem toadas bem cadenciadas e vão circulando pelos ares.
Notas sonoras rolam uma por uma embalando o dilúculo,
Que se misturam à rustezas dos sons.
As palavras viram sons,
Os sons são vozes,
As vozes são concertos.
E a música está na vida
Como a vida está nos sons.

Iracema

1.5.09

Os quereres

Grandes quereres se planejam,
Nas aprazíveis forças interiores.
Assim, clamam os quereres coessenciais.
Quero dos bosques a pureza do ar,
Quero do entardecer a serena beleza,
Quero do amor a força inebriante,
Quero da criança o sorriso que enleva,
Quero do adolescente vida pueril,
Quero do jovem vitalidade hilária,
Quero do amanhecer a brisa afável,
Quero das estrelas o brilho vítreo,
Quero das cascatas gotas hialinas,
Quero da fé a certeza do milagre,
Quero da vida, realização dos quereres.

Iracema Crateús


Um habitat mineiro

Pedras, penhasco, pedreiras
Ornam de mineira pujante esta beleza,
Cobrindo com altivez aquela cidade de Minas.
desformando menina grande e a mente
desta forateira que a consagra como seu habitat.
Rápidos são raios de seu fulgurante sol.
Brilhando nos olhos cristalinos de seus patricios.
Pé a pé, passo a passo, assim, vai férrea corrente,
Com sorrisos abertos,
Abraços largos e intensos,
Olhares tórpidos e turbulentos,
Passos dilatados e afoitos,
Para sinalizar que o imenso sonho
sobressairá sempre naquele concelho de azuis calhaus.

Iracema

27.4.09


Irei estudar as letras
Rezando a Deus o futuro
A mim e a todos meus
Com coração puro
Eliminarei as canceiras
Motivo que as brincadeiras
Atrai o pensamento impuro.

Claramente eu explico
Reduzindo o meu sofrer
A todos que conheço
Terão que compreender
É lamentável o passado
Ultimamente o tratado
Será que vou descrever.

26.4.09

Vida

Descendo as incolonastas dos anos vividos.
Ando e reando dentro das pirâmides crescentes,
Que o meu próprio eu exige.

Os momentos presentes já foram futuros,
De onde tirei castelos de ansiedades
Para crescer a força da persistência.

Hoje, aqui, monto brotos de esperanças,
Semeio pequenas porções de felicidades em canteiros interiores,
E os anseios vão fertilizando dia após dia,
Para que o passado e o presente metamorforseiem a vida.

Iracema Crateús

23.4.09

Vento


Vento cruciante que paira
Sobre a polidez da solidão.
É o mesmo que cresce na imensidão
Dos que circulam vastamente na praia dos sonhos.

Vento norte,
Vento sul,
Vento do meio,
Vento doseio,
Vento de lá,
Vento de Cá.

Vento este, vento aquele, escuro-cinza,
De cor, sem cor, multicor, raio de soinhos,
Brilhos da pele, orvalho da manhã que me cintila.
Vento sílido, vento líquido que me rutila.

Vento vai, vem solidão.
Solidão vai, fica coração.
Vá vento, veloz e virtuoso.

Iracema

Escrever


Escrever exige uma conexão com o mundo da consciência das palavras. É preciso praticar o exílio momentâneo e penetrar no seu reduto, porque não existe o ato de escrever sem a mestra palavra. Portanto, não precisa pedir licença, pode adentrar no universo das palavras e de suas construções. Pode adotá-las, usá-las, acariciá-las. As palavras são nossas!
Escrever necessita que pratique o exercício da filtração do pensar e do escrever. O escrever tem suas necessidades básicas e como escreventes que somos, atendemos aos seus preceitos. E diante destes conceitos, acredito firmemente que o "escrever" é sublime, e será sempre coroado pelo poder das palavras.