26.11.09


Aniversário?





Cadê a biografia do sonho?
A efemeridade dos momentos?
O deslumbre das insignificâncias?
A riqueza das imagens?

Cadê a essência da felicidade?
A certeza do viver?
A coragem da busca?
A volúpia dos amores?

Cadê o encantamento do sorriso?
O entusiasmo dos pensamentos?
A dança das ansiedades?
A fantasia do olhar?

Cadê a astúcia das paixões?
O enterro das tristezas?
O sucumbir das negativas?
O silêncio das lágrimas?

Cadê o esvoaçar do dia vinte e seis de novembro?
O semear da boa vontade?
A viagem da poesia?
A largura da pureza?

Cadê o olho da alegria?
A integridade da amizade?
A grandeza da sinceridade?
A estupidez da impressão?

Cadê a leveza das palavras?
A materialização da esperança?
A construção da fé?
A quietude do soluço?
Cadê o dia de hoje?

Cadê o caminho?
Cadê a saída?
Cadê a chegada?
Cadê você?

Você?
Procure você?
Cadê você?
Você está em você!


Iracema Crateús

1.11.09


Os sonhos são tão verdadeiros, tão enfáticos,
Os sonhos vagueiam vagamente em vértice,
Os sonhos nunca estão em estado de vacância,
Ocupam os espaços, repetem e realçam a sua maestria,
E pelas suaves vias do sono trafegam cada vez mais.
Os sonhos são sons que adquirem vida nos leves e claros sonos.
Os sonhos correm, correm serenamente.
Galopam por estrada longa e mesclada de alegrias.
Somente os sonhos fazem sons para o sonhador.
Os sonhos não deixam sonhadores sem sonhos.
O sonho é a poesia do sono.

13.9.09


Aprender

O querer aprender faz o dia-a-dia mais estimulante,
Faz através do sonho sua concretização,
Faz a vontade ser sua intérprete,
Faz o olhar brilhar com interação,
Faz o sol interagir com a esperança,
E intensificar sua consagração.

Faz o crescimento ser uma constante,
Faz a pressa do viver transitar levemente,
Faz os acordes vibrantes da felicidade se solidificarem,
Faz o colorido do arco-íris trautear amiúde por entre nós,
Faz a escaldante fé sentir Deus a cada instante,
E assim aprendizagem torna-se aureolada.

Iracema Crateús

23.5.09

Musicais
Nos compassos existenciais das músicas,
Sonhos e pensamentos lúbricos volatizam.
Estes sons arrastam vidas de forma mística.
Crescem toadas bem cadenciadas e vão circulando pelos ares.
Notas sonoras rolam uma por uma embalando o dilúculo,
Que se misturam à rustezas dos sons.
As palavras viram sons,
Os sons são vozes,
As vozes são concertos.
E a música está na vida
Como a vida está nos sons.

Iracema

1.5.09

Os quereres

Grandes quereres se planejam,
Nas aprazíveis forças interiores.
Assim, clamam os quereres coessenciais.
Quero dos bosques a pureza do ar,
Quero do entardecer a serena beleza,
Quero do amor a força inebriante,
Quero da criança o sorriso que enleva,
Quero do adolescente vida pueril,
Quero do jovem vitalidade hilária,
Quero do amanhecer a brisa afável,
Quero das estrelas o brilho vítreo,
Quero das cascatas gotas hialinas,
Quero da fé a certeza do milagre,
Quero da vida, realização dos quereres.

Iracema Crateús


Um habitat mineiro

Pedras, penhasco, pedreiras
Ornam de mineira pujante esta beleza,
Cobrindo com altivez aquela cidade de Minas.
desformando menina grande e a mente
desta forateira que a consagra como seu habitat.
Rápidos são raios de seu fulgurante sol.
Brilhando nos olhos cristalinos de seus patricios.
Pé a pé, passo a passo, assim, vai férrea corrente,
Com sorrisos abertos,
Abraços largos e intensos,
Olhares tórpidos e turbulentos,
Passos dilatados e afoitos,
Para sinalizar que o imenso sonho
sobressairá sempre naquele concelho de azuis calhaus.

Iracema