23.5.09

Musicais
Nos compassos existenciais das músicas,
Sonhos e pensamentos lúbricos volatizam.
Estes sons arrastam vidas de forma mística.
Crescem toadas bem cadenciadas e vão circulando pelos ares.
Notas sonoras rolam uma por uma embalando o dilúculo,
Que se misturam à rustezas dos sons.
As palavras viram sons,
Os sons são vozes,
As vozes são concertos.
E a música está na vida
Como a vida está nos sons.

Iracema

1.5.09

Os quereres

Grandes quereres se planejam,
Nas aprazíveis forças interiores.
Assim, clamam os quereres coessenciais.
Quero dos bosques a pureza do ar,
Quero do entardecer a serena beleza,
Quero do amor a força inebriante,
Quero da criança o sorriso que enleva,
Quero do adolescente vida pueril,
Quero do jovem vitalidade hilária,
Quero do amanhecer a brisa afável,
Quero das estrelas o brilho vítreo,
Quero das cascatas gotas hialinas,
Quero da fé a certeza do milagre,
Quero da vida, realização dos quereres.

Iracema Crateús


Um habitat mineiro

Pedras, penhasco, pedreiras
Ornam de mineira pujante esta beleza,
Cobrindo com altivez aquela cidade de Minas.
desformando menina grande e a mente
desta forateira que a consagra como seu habitat.
Rápidos são raios de seu fulgurante sol.
Brilhando nos olhos cristalinos de seus patricios.
Pé a pé, passo a passo, assim, vai férrea corrente,
Com sorrisos abertos,
Abraços largos e intensos,
Olhares tórpidos e turbulentos,
Passos dilatados e afoitos,
Para sinalizar que o imenso sonho
sobressairá sempre naquele concelho de azuis calhaus.

Iracema

27.4.09


Irei estudar as letras
Rezando a Deus o futuro
A mim e a todos meus
Com coração puro
Eliminarei as canceiras
Motivo que as brincadeiras
Atrai o pensamento impuro.

Claramente eu explico
Reduzindo o meu sofrer
A todos que conheço
Terão que compreender
É lamentável o passado
Ultimamente o tratado
Será que vou descrever.

26.4.09

Vida

Descendo as incolonastas dos anos vividos.
Ando e reando dentro das pirâmides crescentes,
Que o meu próprio eu exige.

Os momentos presentes já foram futuros,
De onde tirei castelos de ansiedades
Para crescer a força da persistência.

Hoje, aqui, monto brotos de esperanças,
Semeio pequenas porções de felicidades em canteiros interiores,
E os anseios vão fertilizando dia após dia,
Para que o passado e o presente metamorforseiem a vida.

Iracema Crateús

23.4.09

Vento


Vento cruciante que paira
Sobre a polidez da solidão.
É o mesmo que cresce na imensidão
Dos que circulam vastamente na praia dos sonhos.

Vento norte,
Vento sul,
Vento do meio,
Vento doseio,
Vento de lá,
Vento de Cá.

Vento este, vento aquele, escuro-cinza,
De cor, sem cor, multicor, raio de soinhos,
Brilhos da pele, orvalho da manhã que me cintila.
Vento sílido, vento líquido que me rutila.

Vento vai, vem solidão.
Solidão vai, fica coração.
Vá vento, veloz e virtuoso.

Iracema

Escrever


Escrever exige uma conexão com o mundo da consciência das palavras. É preciso praticar o exílio momentâneo e penetrar no seu reduto, porque não existe o ato de escrever sem a mestra palavra. Portanto, não precisa pedir licença, pode adentrar no universo das palavras e de suas construções. Pode adotá-las, usá-las, acariciá-las. As palavras são nossas!
Escrever necessita que pratique o exercício da filtração do pensar e do escrever. O escrever tem suas necessidades básicas e como escreventes que somos, atendemos aos seus preceitos. E diante destes conceitos, acredito firmemente que o "escrever" é sublime, e será sempre coroado pelo poder das palavras.