27.1.11

A efemeridade dos passos

Passa os passos de aprendizes a caminhantes;
Passa os passos dos caminhantes aventureiros;
Passa os passos de aprendizes a forasteiros;
Passa os passos de quaisquer passantes e caminhantes.

Como aprimorar as conquistas sem os passos?
Como vencer as barreiras sem dar os primeiros passos?
Como escalar os precipícios sem aumentar  os passos?
Como sair  do atoleiro sem cautelar os passos?
Como chegar sem iniciar os passos?

É como viver e não ter sonhos!
É como beber água sem ter sede!
É como ter olhos e não poder abri-los!
É não entoar a canção de ninar  pela  falta de voz!
É não contar as estrelas, porque falta a visão!

Os passos são cíclicos.
Moldam-se compulsivamente;
Alteram-se automaticamente;
Aumentam-se extensivamente;
Alargam-se alternadamente;
Buscando a cada passo a  pura  felicidade!

As passadas são como as esperanças!
Elas esverdeiam os nossos passos;
Elas voam e não pulam como as outras Esperanças;
Talvez quiséssemos voar  e não caminhar.
A passada constante desmaterializa a busca.
A busca e as passadas se unificam momentaneamente.

Porque para buscar o Sol
É preciso que as nuvens passem.
Para buscar a alegria
É preciso que a tristeza passe.
Para  ativar os  sonhos
É preciso não deixar o sono passar.  
Para ser feliz
É preciso  destruir as aflições. 
Para  passar o tempo
É apressar os pontos dos passos.